Síndrome de Burnout
Começo de mais uma semana de trabalho e aquele sentimento de preguiça já se antecipou desde o domingo a noite. Podemos considerar esse sentimento comum, já que normalmente preferimos usar nosso tempo para o lazer. Quando se tem o privilégio de escolher e gostar de suas atividades laborais, esse sentimento ocorre em menor intensidade, mas a maioria das pessoas não têm esse privilégio, infelizmente.
Além de uma simples preguiça, você se encontra totalmente apavorado só de pensar em ter que ir trabalhar? E ao chegar ao trabalho, fica ansioso, trêmulo, não consegue se concentrar e sua produtividade cai muito? Então começa a ficar doente com frequência e precisa entregar muitos atestados; sente sua autoestima diminuir, pois acredita que seu desempenho profissional está intrinsecamente ligado ao seu sucesso pessoal e bem estar? Cuidado, você pode estar desenvolvendo ou ter desenvolvido a síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo), também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970. O burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, que parte do esgotamento físico e mental em que as causas estão ligadas a prática profissional da pessoa. Trata-se de uma doença ocupacional, assim como o acidente de trabalho.
O esgotamento físico e mental, faz com que a pessoa perca o sentido que enxergava no trabalho; tornando-o assim quase insuportável e gerando diversos sintomas como; fadiga, cansaço constante, distúrbios do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor e de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite, depressão e perda de iniciativa.
As causas do Burnout são variadas, entre elas estão; a dedicação exagerada ao trabalho, o desejo de ser o melhor e ter alto desempenho no que realiza. A maneira que o mercado de trabalho se apresenta na atualidade também contribuí para a síndrome, pois cada vez mais torna-se extremamente competitivo e com altos graus de exigências, criando uma demanda de dedicação na vida das pessoas muito maior do que seria saudável; o que despersonaliza os trabalhadores gerando estresse, esgotamento mental, físico e emocional em escalas que ultrapassam os limites saudáveis.
O burnout pode ser encontrado em qualquer profissão, mas é visto com mais frequência em atividades que envolvam a vida de outras pessoas. Como por exemplo; nas áreas da saúde, advogados, juízes, jornalistas. A síndrome é conhecida por diversas denominações, entre elas “ A síndrome do assistente desassistido” ou “ A síndrome do cuidador descuidado”.
É comum nas grandes cidades que as pessoas se identifiquem como “workaholics” (pessoas que vivem para o trabalho). Esse status é aceito e bem visto, logo os indivíduos transformam em compulsão o desejo da realização profissional. Absortos nessa compulsão, não se dão conta que estão ficando doentes, e só percebem quando estão em algum extremo, como por exemplo, pânico.
O diagnóstico da síndrome de burnout não é simples. As pessoas demoram a perceber que não estão bem, e consideram todos os sintomas como “normais” do cotidiano. E quando percebem, muitas vezes a empresa ou o empregador não contribui para a resolução e melhora do quadro. Portanto é importante que os trabalhadores estejam atentos, e busquem se informar sobre seus direitos como colaboradores e não se sintam acuados em buscar ajuda, tanto psicológica quanto jurídica se for necessário.
Espero que as informações tenham sido úteis! Não exite em mandar o conteúdo para aquele seu colega que só reclama do trabalho no happy hour de sexta-feira, mas acorda cedo no sábado para verificar os emails de trabalho. 😉
Fonte: Síndrome de Burnout e a invisibilidade dos problemas de saúde mental do trabalhador. Edson Henrique de Carvalho; Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira; Rosa Maria Ferreiro Pinto. Congresso Internacional de Direito da Saúde – UNISANTA, 2019.
Apaixonada por psicologia. Sou Bacharel em Psicologia pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC); Especialista em Terapia cognitivo-comportamental (TCC) pelo instituto de saúde Sanar e Pós Graduanda em Neuropsicologia pelo Centro Universitário São Camilo. Atendimentos clínicos online para todo o Brasil e presencialmente na cidade de Arujá. Confira mais detalhes sobre mim e meu trabalho clicando aqui.